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15 de mar. de 2011

Plano Audio

O caminho do condutor ou contando Kamau




Há onze anos, testemunhei o segundo encontro do rapaz nascido Marcus Vinicius Andrade e Silva com o palco, em situação de risco para um novato, afinal as próximas atrações seriam Thaíde & Dj Hum e Racionais MC’s – desde então e até hoje dois dos mais importantes artistas da história do rap brasileiro.
Números e riscos permeiam a trajetória desse rimador que, no decorrer do processo, não só lapidou seus talentos vocais e líricos como se expandiu também pro departamento instrumental, conduzindo uma discreta porém sólida carreira de beatmaker. Ao contrário do estereótipo do rapper que se vende por aí, Kamau fez faculdade de matemática. Quanto aos riscos, bom, qualquer skatista que se preze tem que contá-los na sua lista de amigos mais próximos. E, nas sessões pelas ruas da vida, todo mundo concorda que ele é um skatista que se preze.
Mas a questão crucial a ser relatada aqui é a de que, hoje em dia, o potencial estampado naquela noite, no Galpão da Barra Funda, quando tanto o grupo quanto seu frontmano me chamaram atenção, cresceu e apareceu.
Não demorou muito pra ficar claro que uma só alcunha era pequena pra expressão de alguém prolífico como Kamau. Com isso, além do Conseqüência, que durou 8 verões, fez história e lançou o cultuado disco Prólogo EP, em 2002, ele também foi integrante titular (e mentor) do Simples, outro nome importante na linha evolutiva do rap alternativo daqui. Formado por talentos escolhidos a dedo, o grupo pôs na rua, em 2006, o álbum Escuta Aí e ganhou reputação com shows inflamados.
Mas nesse interlúdio, somou ao seu histórico uma série de colaborações, com duas das mais faladas bancas (Academia Brasileira De Rimas, Quinto Andar) e bandas (Instituto e Central Acústica) que a cena viu surgir nos primeiros anos 2000. Isso sem contar seu verdadeiro catálogo de participações especiais, que cobre um espectro de estilos que variam entre os principais produtores da atualidade (KL Jay e Parteum), nomes representativos do underground paulista (Ascendência Mista) e carioca (Iky), e do rap nacional (Thaíde & Dj Hum, SP Funk), além de trabalhos diferenciados, como as gravações com o Dj Nato e a MC Cindy, famosa como uma das integrantes do grupo Antônia. Aliás, taí outra atividade digna de nota: Kamau atua no longa metragem de Tata Amaral.
No campo do estúdio, vale citar ainda a mixtape Sinopse, de 2005, primeiro registro solo desse natural da Zona Norte de SP, e anunciar que esse 2008 marca a chegada de seu primeiro e aguardado álbum oficial. Agora, quando o assunto é palco, Kamau, improvisador habilidoso, tá em casa. Tanto que já dividiu o microfone com um punhado de monstros sagrados do hip hop, como De La Soul, Chuck D. (Public Enemy) e Jurassic 5. Recentemente, seu talento foi reconhecido mais uma vez: indicado a quatro categorias no Prêmio Hutúz 2008, Kamau ganhou o prêmio de Melhor Música com “Poesia de Concreto”.
Sem dúvida um dos Líderes Da Nova Escola, ele assume seu posto ao chamar o novo disco de “Non Ducor Duco”, que em português claro significa “não sou conduzido, conduzo”. Falou e disse. Que venham os próximos onze anos de rimas, batidas e amor!

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